Uma dieta justa e equilibrada é absolutamente essencial para estar 100% em forma física e mental durante os eventos esportivos.É claro que uma boa alimentação nutricional não será suficiente para vencer, mas certamente garantirá aos pilotos a quantidade e qualidade de energia certa para o melhor desempenho nos treinos e ajudará a obter resultados durante os muitos testes, baterias, qualificações e corridas, sem, para começar, ter o corpo em risco de desidratação
por Uniracer
DIETA ALIMENTAR PARA MOTORISTAS: ERROS E CONSELHOS
A regra principal é muito simples: não existem alimentos que podem ganhar uma corrida, mas existem muitos alimentos e maneiras de comer que podem facilmente fazer com que os atletas percam uma.Partindo deste pressuposto é necessário criar para si um programa de sensibilização alimentar e familiarizar-se com alguns conceitos úteis para a elaboração de uma alimentação correcta, equilibrada e personalizada baseada nos esforços físicos a suportar.A dieta deve ser estabelecida por um nutricionista esportivo por seus conhecimentos e ferramentas.Na verdade, para um atleta é importante definir um tipo de dieta e composição, massa, gordura corporal e afins.Existem diferentes métodos e ferramentas para medir a massa/gordura corporal, alguns dos quais, mais ou menos comuns, citamos:
• DEXA (Dual Energy X-rayAbsorptiometry), preciso, mas caro;
• pesagem hidrostática, precisa, mas cara;
• bioimpedância, convencional, precisa, muito comum;
• plicometria, fácil, mas pouco confiável;
• NIR (Near Infra-Red), simples, rápido, mas pouco preciso;
• escala de impedância, rápida e bastante precisa;
• Pletismografia BOD POD, rápida e automatizada;
• TOBEX (Total Body Electrical Conductivity), muito preciso, mas muito caro;
• Fórmula de Wilmore-Behnke, simplista, não apropriada;
• 40, muito preciso, mas muito caro;
• AdipometroBodyMetrix, sofisticado e preciso.
NUTRIÇÃO PRÉ-CORREIA
A alimentação antes e depois da competição deve ser específica e programada, não importa em termos de alimentação e organização de horários, mesmo que haja vários erros em eventos esportivos, eles são conduzidos por pilotos profissionais e iniciantes.Alguns desses erros costumam não afetar o desempenho dos motoristas, principalmente os jovens, pois a capacidade digestiva destes últimos é muito superior ao normal, por isso não são perturbados.De qualquer forma, comer alimentos ou bebidas não recomendados não só terá um impacto negativo na saúde, mas também causará sérios problemas.Além disso, fadiga, tensão ou ansiedade comuns em competições podem ter um impacto negativo no desempenho esportivo.
Um dos equívocos mais comuns encontrados no meio automobilístico é ver que os pilotos não comem muito tempo na pista, ou passam muito tempo sem comer, enquanto outros comem pouco antes do início da corrida, o que envolve uma atividade de estágio digestivo no processo de esportes.Devido à interação entre atividade digestiva e atividade física, essas duas fases vão causar problemas gástricos (peso, acidez, náuseas, vômitos) e problemas sistêmicos (tonturas, fadiga) aos motoristas ao mesmo tempo, afetando assim seus esportes ou desempenho.
Quais podem ser alguns dos cuidados e dicas nutricionais a seguir antes que a viseira caia ao entrar na pista?
Aqui está uma lista de coisas para fazer / não fazer para estar em sua melhor forma durante a atividade física:
• Reduza o teor de gordura na refeição: evite frituras e gorduras cozidas (nada de frituras enormes com ketchup e maionese encontradas em karts e cozinhas);limite de salsichas (bresaola e presunto são bons);reduza a gordura, condimentos, queijos e leite integral, pois as gorduras requerem longos tempos de digestão;
• não se encha de alimentos protéicos antes da competição, pois não são necessários;
• ingerir alimentos ricos em carboidratos, geralmente de mais fácil digestão, e que promovem o aumento dos estoques de glicogênio nos músculos e no fígado;
• limitar os açúcares, incluindo o açúcar de cozinha;
• evitar desencontros que retardem ou tornem a fase digestiva mais problemática, misturando um prato rico em amidos com alimentos proteicos (massa ou arroz com bife ou outro tipo de carne ou ovos ou queijo), ou dois pratos proteicos diferentes (carne e queijo, carne e ovos, ovos e queijo, leite e carne, leite e ovos);
• não coma alimentos que não experimentou antes;melhor comer alimentos familiares;
• beber pequenas mas frequentes doses de água durante o dia e também associar bebidas hidro-salinas;tenha em mente também o conselho do grande Jackie Stewart: “Quando dirigir, nunca beba”, referindo-se claramente ao álcool.
DIETAS ALIMENTARES DE PILOTOS DE F1
Pilotos de F1 são submetidos a situações extremas para dizer o mínimo, que talvez um ser humano normal não seria capaz de lidar.Em uma corrida, um piloto pode até perder cerca de 40% de seus líquidos corporais.Além disso, os carros deste ano estão muito mais rápidos do que no passado, com muito mais aerodinâmica e pneus mais largos.Os motoristas devem passar por um treinamento físico especial para estarem preparados para forças G mais altas e, principalmente, para os movimentos do corpo e da cabeça.Durante corridas em corridas de verão ou em locais extremamente quentes (Malásia, Bahrein, Brasil para citar apenas três), os pilotos de F1 são obrigados a suportar altas temperaturas dentro dos carros por longas distâncias a velocidades que muitas vezes ultrapassam os 300 km/h, o calor e o cansaço combinado um perigo para a sua saúde.Em alguns GPs, entre o início e o fim da prova, alguns pilotos perdem de dois a três quilos.A alimentação tem um papel importante e fundamental na melhor preparação para as corridas, então, o que os pilotos de F1 costumam comer?
•Café da manhã: consumido às 7h00 e composto por 550 calorias divididas entre aveia, frutas variadas e sementes, cerca de 40 cl de água com um pouco de limão para melhor hidratar, junto com um chá verde;
•Lanche da manhã: 285 calorias composto por cereais e amendoim, mistura de fruta rica em vitamina C e cerca de 25 cl de água de coco;
•Almoço: marcado às 12h30, não ultrapassa 780 calorias, dividido em um cardápio que inclui soja, legumes, arroz integral.Tudo complementado por um café ou chá verde e uma pequena quantidade de chocolate negro;
• Lanche da tarde: suco de banana e maçã;
•Jantar: às 21h00, com menu que inclui carne ou peixe, batata assada e salada e de sobremesa um iogurte e frutos vermelhos.Finalmente três-quatro bolachas com um pouco de compota, uma porção de fruta e um chá verde antes de dormir.
CARA A CARA COM O MOTORISTA: SIMON OHLIN
O sueco Simon Ohlin, de 17 anos, que se destacou no ano passado na prova de Kristianstaad do campeonato europeu CIK-FIA, conta-nos os seus hábitos e estilo alimentar.
Simon conhece muito bem a diferença entre carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas e minerais.Apesar do seu físico perfeito, não é muito escrupuloso em seguir uma verdadeira dieta desportiva personalizada em função do seu tipo físico e da sua atividade competitiva, e continua a não recorrer a um nutricionista especializado: isto surpreendeu-nos, pois para preparar para as competições, ele treina na academia de cinco a seis vezes por semana.
De qualquer forma, ele tem muito cuidado em comer alimentos saudáveis e adequados às suas necessidades.No dia da corrida, o que ele come?
Toma o pequeno-almoço por volta das 7h30 com iogurte, cereais, sumo de fruta, frutos secos e proteína em pó misturada com banana ou um pouco de leite.Ele às vezes pula um lanche matinal e pode optar por barras energéticas.Almoça 1h30 antes da competição: prefere comer muito macarrão e legumes.Após a corrida, Simon basicamente não come nada, mas confessa que em caso de um excelente resultado, ele cederá a uma comida “não recomendável”, como uma boa sobremesa.Por último, o jantar é à base de hidratos de carbono (é um amante de pizza) e frutos secos para regenerar as energias perdidas durante o dia e adicionar o aporte de gorduras boas necessárias.Quanto aos líquidos, Simon bebe muita água durante os fins de semana de corrida e também se beneficia de isotônicos para uma melhor e mais precisa hidratação do corpo.
Prós e contras da alimentação do Simon no dia da competição?
Certamente pular o lanche da manhã é uma falha bastante grave, e ele está ciente disso: essa falta às vezes o leva a entrar na pista sem as reservas de energia certas de que precisa.Muito positiva, por outro lado, é a abordagem metódica que adota no dia da verdade: os horários e a configuração da comida são sempre os mesmos e esse aspecto o ajuda a estar pronto quando sai para correr.
NUTRIÇÃO NO FINAL DE UMA SESSÃO DE TRILHA
No final das provas, sessões livres e classificatórias ou da corrida, o que fazer?O objetivo da nutrição pós-sessão é reintegrar as perdas hidrossalinas geradas durante a atividade esportiva no organismo do piloto para favorecer a ressíntese do glicogênio muscular consumido, reparar os danos estruturais decorrentes do esforço físico sustentado e evitar novas sobrecargas metabólicas.Fruto do esforço intenso e prolongado em pista, demora normalmente cerca de 20 horas a repor as reservas de glicogénio muscular, mas as primeiras duas horas após o final da performance são as mais cruciais para colmatar e repor o défice energético.
É aconselhável:
• ingerir hidratos de carbono mas em quantidade inferior à prevista antes da prova;
• consumir pratos proteicos com vegetais cozidos e/ou crus;
• beba e beba grandes quantidades de líquidos lembrando que a sede muitas vezes não é um verdadeiro indicativo da real necessidade de líquidos perdidos pelo suor: é melhor beber em excesso (facilmente eliminado pelo suor e pela urina) do que limitar-se;de fontes e estudos científicos, uma perda de água de 5% do peso corporal pode levar a uma queda de 50% na eficiência.
NENHUM ALIMENTO PODE GANHAR UMA CORRIDA, MAS EXISTEM MUITOS ALIMENTOS E MANEIRAS DE COMER QUE PODEM PERDER UM FACILMENTE
EXEMPLO DE DIETA ALIMENTAR: DIA DA CORRIDA
O objetivo nutricional é garantir uma ótima hidratação do organismo e fornecer ao motorista uma quantidade suficiente de energia bem distribuída ao longo do dia para evitar o risco de distúrbios digestivos, sensação de fome ou fraqueza.As refeições devem ser administradas em quantidade, qualidade, horário e forma para não gerar esforço excessivo ao aparelho gastro-entérico, já que ele é intensamente estimulado pela ansiedade e tensão típicas dos momentos pré-corrida.
Um exemplo de dieta esportiva para um dia competitivo pode ser dividido da seguinte forma:
1. Café da manhã proteico ou carboidrato, a critério do piloto, pelo menos noventa minutos antes do aquecimento;
2. Lanche da manhã com fruta fresca da época (nada de bananas, pois requerem uma digestão longa), ou com uma sandes de fiambre, presunto ou bresaola;
3. Almoço com prato de entrada (massa com ou sem tomate, ou arroz branco), um pouco de bresaola ou presunto com um pouco de queijo parmesão e tarte de compota, a consumir uma hora e meia ou duas horas antes da prova;
4. Lanche da tarde com frutas da estação (bananas limitadas) ou smoothies;
5. Jantar com prato de entrada (massa sem condimentos ou molho de tomate simples), prato proteico e salada.
Artigo elaborado em colaboração comRevista Vroom Karting.
Horário da postagem: 29 de março de 2021